Nos meandros do samba, há artistas que, embora pouco conhecidos pelo grande público, deixam uma marca indelével no cenário musical. Djalma Pires é um desses talentos, cuja trajetória merece ser revisitada e celebrada. Sob a tutela de Nilton Ribeiro da Obi Music, mais conhecido como Niltão, Pires floresceu como um intérprete e compositor de destaque, com uma voz potente e um timbre reminiscente do saudoso Jair Rodrigues.
Sua fase áurea, nos idos finais dos anos 60 até meados dos 70, viu-o emplacar sucessos que ainda ecoam nos corações dos amantes do samba. Um desses êxitos é o poético e sentimental “Samba de Ninar”, fruto de uma parceria com Belo Xis e Jorge Silva. Lançado em 1986 pela gravadora Chantecler como um “disco mix”, o single ganhou reconhecimento posteriormente na coletânea Band Brasil 3, da Band FM.
Além de “Samba de Ninar”, Pires deixou sua marca em outras composições, como “Samba Sem Viola”, “Greve de Amor” e “Perdido Na Madrugada”, esta última posteriormente sampleada pelo grupo de rap Pollo. Sua influência não se restringiu apenas ao estúdio; ele também foi intérprete e compositor em renomadas escolas de samba, incluindo Renascença da Lapa, Unidos do Peruche e Acadêmicos do Tucuruvi.
A discografia de Djalma Pires é uma tapeçaria rica em sonoridades e emoções. Seus trabalhos foram lançados em diversos formatos, desde compactos até LPs. Destacam-se obras como “Três Horas da Manhã/Menina Rosa”, “O Samba É Djalma Pires – Corre e Gira/O Galo Cantou”, “Segura na Cintura Dela/De Casa ao Trabalho, Do Trabalho Para Casa” e muitos outros. Suas canções também encontraram espaço em coletâneas renomadas, como “Parada Nacional do Sucesso” e “Bom de Samba”.
Apesar de seu legado musical ser inegável, a falta de informações sobre sua vida pessoal e artística é lamentável. Questões como a data e a causa de sua morte, bem como o número exato de discos lançados em sua carreira, permanecem envoltas em mistério. É hora de resgatar e celebrar a história de Djalma Pires, um verdadeiro ícone do samba que merece ser lembrado e reverenciado pelas gerações presentes e futuras.
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